Comitê
Estadual pela Verdade, Memória e
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Militantes Reprimidos no Rio Grande do Norte
Mailde Pinto Ferreira Galvão
Livros
e Publicações
1964.
Aconteceu em Abril
Mailde Pinto Galvão
Edições Clima
1994
O
Impeachment do Prefeito
No
dia 3 de abril, “O Diário de
Natal” divulgou as prisões
efetuadas, noticiando a decretação
do impeachment pela Câmara Municipal.
Dizia a notícia:
“Às 17 horas, patrulhas
do Exército comandadas por oficiais,
simultaneamente prenderam nos respectivos
gabinetes, na Prefeitura e na Câmara
Municipal o prefeito Djalma Maranhão
e o vice-prefeito Luiz Gonzaga dos Santos
conduzidos, inicialmente, para o QG
da Guarnição, Praça
André de Albuquerque. Foram recolhidos
ao 16° RI, onde permanecem. Logo
depois, o comando militar informava
Câmara que, sendo o prefeito e
vice-prefeito comunistas, estavam impedidos
de exercer os seus mandatos.
Diante dos fatos, a Mesa da Câmara
solicitou do comando militar que a comunicação
fosse feita por ofício, permanecendo
o legislativo reunido. Já por
volta das 22 horas, chegou à
Câmara o ofício do coronel
Mendonça Lima, nos termos da
comunicação verbal anterior.
Em seguida, ainda secretamente, decidiu
a Câmara aceitar a denúncia
do comando militar, iniciando o processo
de impeachment ao mesmo tempo em que,
conforme determinação
do Exército, considerava vagos
os dois cargos.”
O
mesmo jornal publicou o texto da declaração
do impeachment:
“TEXTO
DA DECLARAÇÃO DOS 2 IMPEACHMENT
É o seguinte o inteiro teor da
declaração firmada pelos
21 vereadores da Câmara Municipal
de Natal, em que declaram o impeachment
do prefeito Djalma Maranhão e
vice-prefeito Luiz Gonzaga dos Santos;
“Declaramos que votamos o impeachment
do prefeito e vice-prefeito por estarmos
certos de que estamos defendendo a Democracia,
que se define na liberdade de pensamento
individual.
Tomamos tal atitude por não estarmos
coagidos por ninguém e reconhecermos
a plena vigência da Democracia.”
O texto da declaração,
após vários debates, foi
proposto pelo vereador José Godeiro,
sendo aceito pela unanimidade dos edis.”
O então presidente da Câmara
Municipal, vereador Raimundo Elpídio,
assumiu, interinamente, o cargo de prefeito.
Assim, por uma simples ordem militar, foram
cassados os mandatos do primeiro prefeito
e vice – eleitos pelo voto popular
na cidade de Natal.
Para nós, restou a sensação
de que a vida fora interrompida para ser
retomada entre ameaças, perdas e
insegurança. A partir daquela tarde,
amigos e companheiros sumiam e apareciam
nas prisões. Alguns conseguiam fugir,
mas apenas retardavam o momento de serem
levados presos para os quartéis.
A cidade dividia-se entre vitoriosos e derrotados,
entre os democratas silenciosos e os entusiastas
do novo regime que eram massificados pelas
promessas de redenção política
e econômica para o país.
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