Insurreição
Comunista de 1935
em
Natal e Rio Grande do Norte
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Trajetória
de Minha Vida
Aurélio Freire de Melo,
2002
Na
manhã do dia vinte e quatro de novembro
de mil novecentos e trinta e cinco, ao sair de
casa para o trabalho, fui surpreendido pelo noticiário
dos jornais matutinos, do movimento revolucionário
ocorrido nas cidades de Natal, Recife e Rio de
Janeiro. Essa Intentona de caráter comunista,
irrompeu no dia anterior. O levante comunista,
pegou de surpresa a pacata cidade do Natal, pois
na noite de Revolução, as autoridades
governamentais assistiam, no Teatro Carlos Gomes,
hoje Alberto Maranhão, a uma solenidade
de formatura de alunos do Colégio Santo
Antônio dos Irmãos Maristas. O Governador
Rafael Fernandes e demais autoridades presentes,
procuraram refúgio, indo primeiramente
para a residência de um amigo na Rua Sachet,
depois, há várias versões,
a primeira delas, foram para a casa do cônsul
da Itália, a outra é que o Governador
Rafael Fernandes e seus auxiliares, buscaram asilo
num caça-minas, de bandeira mexicana e,
finalmente, num avião francês da
companhia Latecoére. Depois de intenso
tiroteio, os rebeldes fortemente armados, venceram
na Capital, posteriormente derrotados, fugiram
para o interior do Estado. Esse movimento, trouxe
para mim e toda nossa família, momentos
de tensão e de angústia, porque
nosso irmão Abner, militar do 29-BC, fora
preso em Natal e depois levado para a Capital
Pernambucana, ficando num presídio por
mais de dois anos. O que mais nos atormentava
era a falta de notícias dele, porque as
comunicações eram escassas, apesar
do interesse de parentes e pessoas amigas, as
notícias vindas do Rio Grande do Norte,
eram desencontradas, aumentando assim a preocupação
entre nossos familiares.
Um dia saindo para o trabalho, comprei um jornal,
no qual vi uma nota, que dava o resultado de um
julgamento no Tribunal Militar, que dizia o seguinte:
“O Tribunal condenava vários presos
da Intentona Comunista, ocorrida em 1935 e absolvia
outras...”. No mesmo dia, procurei entrar
em contato com o Sr. Firmo Guerra, em Natal, e
após alguns dias, sua esposa Joana Guerra,
escreveu-nos uma carta, dando uma notícia
muito auspiciosa, que o nosso mano Abner tinha
sido absolvido e já se encontrava em sua
residência em Natal e no momento estava
numa fazenda no Município de São
Rafael, onde permaneceu cerca de dois meses e
que em breve seguiria viagem para o Rio, via marítima.
Foi realmente, um grande alívio para nossa
família, principalmente para os seus irmãos.
Em setembro tive o prazer e a alegria de recebê-lo
no Cais do Porto, acabando de uma vez por todas,
esse longo martírio, que nos fez sofrer.
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