
MANIFESTO
POR UM BRASIL LIVRE DE TRANSGÊNICOS
POR QUE DIZER NÃO AOS TRANSGÊNICOS NA AGRICULTURA
Empresas multinacionais
e o governo brasileiro querem impor produtos de risco à sociedade
Desde a decisão
tomada pelo governo do Rio Grande do Sul de proibir o plantio
de cultivos transgênicos no estado, os meios de comunicação
estão dando destaque às notícias sobre estes produtos. Uma decisão
judicial impede o governo federal de liberar o uso destes cultivos,
o que impede, pelo momento, que eles se generalizem. Entretanto,
o contrabando de sementes transgênicas da Argentina já pode
estar contaminando o meio ambiente no sul do país enquanto a
importação de produtos contendo transgênicos já pode estar provocando
impactos na saúde dos consumidores.
Sem discutir
com a sociedade, o governo brasileiro vem rápida e discretamente
atendendo às demandas das empresas multinacionais. Já foram
autorizados 636 testes de campo para 176 variedades transgênicas
de arroz, milho, batata, soja, algodão, cana-de-açúcar, fumo
e eucalipto. Quase 90% destas variedades foram patenteadas por
seis empresas multinacionais. E cinco variedades transgênicas
da soja, chamadas Roundup Ready, obtiveram parecer técnico favorável
da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança para o cultivo
comercial – o que não significa autorização final, pois ainda
não foram concedidas autorizações dos Ministérios da Saúde e
do Meio Ambiente, além de estar suspensa, por decisão judicial,
sua eventual aprovação final.
Na Europa os
alimentos produzidos a partir de plantas transgênicas foram
apelidados pelo público de Frankenfood, significando alimentos
Frankenstein. Isto diz bastante da percepção dos consumidores
sobre estas plantas. A pesquisa de opinião, realizada em janeiro
de 1997 pela empresa Mori (Market and Opinion Research), mostrou
que os transgênicos são rejeitados por 78% dos franceses, 65%
dos italianos e holandeses, 63% dos dinamarqueses e 53% dos
ingleses. Na Alemanha, outra pesquisa aponta 78% de rejeição
entre os consumidores.
A reação dos
meios científicos, ambientalistas, médicos, agrônomos etc.,
tanto na Europa quanto nos Estados Unidos e no Japão, também
vai num crescendo de preocupações na medida em que as primeiras
pesquisas independentes vão mostrando os riscos desta tecnologia,
bem como seus limites enquanto resultados esperados. No Brasil,
inclusive, os protestos se sucedem, por meio de organizações
de consumidores como o IDEC (Instituto Brasileiro de Defesa
do Consumidor), de ambientalistas como o Greenpeace, de alguns
cientistas da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da
Ciência) e de muitos outros.
A novidade e
a complexidade do tema faz com que seja difícil ao cidadão comum
perceber os riscos dos transgênicos enquanto a propaganda das
empresas interessadas tenta fazer crer que estes produtos são
inofensivos e, mais ainda, que são a grande saída para a agricultura,
para o enfrentamento do problema da fome e para a conservação
do meio ambiente.
É preciso que
a sociedade tome consciência dos perigos que os transgênicos
representam e se manifeste contra sua liberação no Brasil.
O que é cultivo
transgênico?
Os transgênicos,
também conhecidos como organismos geneticamente modificados,
são plantas e animais que tiveram sua composição genética modificada
em laboratório por cientistas. Todos os organismos vivos são
constituídos por conjuntos de genes. As diferentes composições
destes conjuntos determinam as características de cada organismo.
Pela alteração destas composições os cientistas podem mudar
as características de uma planta ou de um animal. O processo
consiste na transferência de um gene responsável por determinada
característica num organismo para outro organismo ao qual se
pretende incorporar esta característica. Neste tipo de tecnologia
é possível transferir genes de plantas ou bactérias, ou vírus,
para outras plantas e ainda combinar genes de plantas com plantas,
de plantas com animais ou de animais entre si, superando por
completo as barreiras naturais que separam as espécies.
A engenharia
genética parte do suposto de que cada característica específica
de um organismo está codificada num ou em vários genes específicos,
de modo que a transferência deste gene para outro organismo
significa necessariamente a transferência desta característica.
Esta forma de determinismo genético é contestada por um número
crescente de biólogos porque não leva em conta as complexas
interações dos genes com os outros processos e compostos em
suas células e corpos, ou com os ambientes externos que também
intervêm no desenvolvimento das características de um organismo.
Devido à isto, um gene transferido a outro organismo pode resultar
numa manifestação de características com resultados imprevisíveis
e diferentes das reações esperadas pelos cientistas.
Quem produz transgênicos
e para quê?
As empresas multinacionais
que hoje dominam a produção de transgênicos eram originalmente
especializadas em produtos químicos e farmacêuticos, muitas
delas, como a Monsanto, produtoras de inseticidas, herbicidas
e fungicidas. Seu objetivo na pesquisa de transgênicos é, muitas
vezes, favorecer a venda de seus próprios agrotóxicos. A soja
Roundup Ready foi desenvolvida para ser resistente ao herbicida
Roundup, sendo que ambos são produzidos pela Monsanto. Este
tipo de empresa se preocupa mais com os lucros de seus acionistas
do que com o interesse público e, para garantir o emprego de
suas poderosas e perigosas armas tecnológicas, conta com a subserviência
dos poderes públicos.
Quais os problemas
que podem ocorrer com o uso dos transgênicos?
1- Os transgênicos
representam um aumento de riscos para a saúde dos consumidores.
Alimentos transgênicos contendo genes que conferem resistência
à antibióticos podem provocar a transferência desta característica
para bactérias existentes no organismo humano, tornando-as uma
ameaça sem precedentes à saúde pública. Cobaias alimentadas
com transgênicos têm apresentado alterações em seu sistema imunológico
e em vários órgãos vitais. Alergias alimentares podem aparecer
como decorrência da introdução de genes estranhos nos alimentos
que passam a apresentar novas proteínas, enquanto substâncias
tóxicas existentes em quantidades inofensivas nos alimentos
podem ter sua ação potencializada. Outras substâncias benéficas,
inclusive que protegem contra o câncer, podem ser diminuídas.
Finalmente, há evidências científicas da ação cancerígena dos
atuais níveis de resíduos de glifosato permitidos pela legislação
americana, enquanto a multinacional Monsanto está pedindo que
se multiplique por três o nível de resíduos permitido na soja
transgênica resistente a este insumo.
2- As multinacionais
querem negar o direito dos consumidores à informação. Os consumidores
não estão cientes dos riscos e não têm como se prevenir, mesmo
se informados, pois é impossível se distinguir os produtos que
contêm transgênicos dos outros se não houver a rotulagem. Apesar
de o Código de Defesa do Consumidor exigir a informação plena
ao consumidor, até o momento não foi elaborada a norma definidora
da rotulagem dos transgênicos. Na hipótese de ser liberado algum
produto transgênico sem a devida informação no rótulo, o direito
dos consumidores de saberem e escolherem o que vão comer será
violado. As empresas lutam contra esta exigência e pressionam
o governo brasileiro que, por meio de alguns ministérios, tem
hesitado em instituir um regulamento de rotulagem obrigatória
e plena dos transgênicos, o que implicaria também outro descumprimento
da legislação brasileira.
3- Não há regulamentos
técnicos para a segurança no uso dos produtos transgênicos.
O Governo Federal não elaborou os regulamentos técnicos sobre
a segurança para o consumidor e sobre a rotulagem dos produtos
contendo transgênicos que permitam disciplinar a atuação das
empresas e dos próprios órgãos de fiscalização. A falta de uma
regulamentação adequada fará com que a fiscalização desses produtos
seja falha, com prejuízos imprevisíveis à saúde do consumidor.
A fiscalização rigorosa será problemática mesmo com uma regulamentação
adequada devido a seus custos e sua a complexidade se o uso
dos transgênicos se generalizar como confiam as multinacionais.
Entretanto, a reivindicação de rotulagem atualmente é um freio
importante contra a ofensiva das empresas na tentativa de colocar
esses produtos no mercado.
4- Os transgênicos
tendem a provocar a perda da diversidade genética na agricultura.
As empresas multinacionais produtoras de transgênicos necessitam
de mercados imensos, em escala global, para recuperar os investimentos
na produção de cada variedade. Isto faz com que umas poucas
variedades transgênicas tendam a substituir tanto as variedades
melhoradas por processos convencionais, quanto as variedades
selecionadas pelos próprios agricultores, chamadas locais ou
tradicionais.
5- A erosão genética
ameaça o futuro da agricultura. Ao longo de séculos os agricultores
adaptaram variedades de espécies cultivadas às mais distintas
condições ambientais e sociais. Registram-se milhares destas
variedades tradicionais de milho, feijão, arroz etc. Com o melhoramento
genético científico iniciado neste século começou a substituição
destas variedades e muitas se perderam, apesar de os cientistas
procurarem guardá-las congeladas em bancos de germoplasma. Inclusive,
para criar os transgênicos, os cientistas precisam desta ampla
base genética que está se perdendo. Os transgênicos vêm acelerar
esta erosão genética, estreitando as possibilidades de adaptação
futura das plantas cultivadas às variações climáticas e à diversidade
dos ecossistemas.
6- Os transgênicos
tornam a agricultura mais arriscada. O cultivo de transgênicos
reforça a tendência à uniformidade genética na agricultura,
com grandes monoculturas utilizando umas poucas variedades da
mesma espécie. Estas variedades estão sendo selecionadas apenas
em função de umas poucas características, como a resposta à
adubação química no melhoramento convencional e a resistência
a uma ou outra praga ou doença, ou ainda a herbicidas, no caso
dos transgênicos, estreitando a variabilidade genética destas
plantas, tão vital para sua adaptação e evolução no futuro.
Isto torna estas culturas extremamente suscetíveis ao ataque
de pragas e doenças com grandes riscos para a produção e levando
a demandas cada vez maiores de controles com agrotóxicos perigosos
para o meio ambiente e a saúde.
7- Os transgênicos
podem provocar a poluição genética. Está demonstrada por pesquisas
de universidades americanas a possibilidade de transferência
espontânea, para plantas silvestres da mesma família, dos genes
introduzidos numa variedade cultivada. Por exemplo, os genes
introduzidos em espécies cultivadas para torná-las resistentes
à herbicidas podem transferir-se espontaneamente para plantas
silvestres com risco de torná-las superervas daninhas de difícil
controle. Os “transgenes” também se transferem para variedades
tradicionais ou convencionais da mesma espécie em campos vizinhos.
8- Os transgênicos
podem provocar o surgimento de superpragas. A natureza tende
a reagir às modificações realizadas nas plantas por meio da
transgênese. Já foi verificado, por exemplo, que culturas, como
milho e algodão, em que foram introduzidos genes retirados da
bactéria Bacillus thuringiensis (Bt), geraram resistência crescente
em espécies de mariposas cujas lagartas passaram a atacar tanto
estas culturas, quanto várias outras e, inclusive, algumas plantas
silvestres. Este foi também o caso de uma variedade de batata
na qual foi incorporado um gene que lhe dava resistência ao
fungo que provoca a “mela”. O fungo passou por uma mutação genética
que lhe permitiu atacar as plantações do sul dos Estados Unidos,
há alguns anos, com efeitos devastadores na produção.
9- Os transgênicos
podem matar insetos benéficos para a agricultura. Já está comprovado
que os transgênicos podem matar outros insetos além daqueles
previstos nas intenções dos engenheiros genéticos. Por outro
lado, já se comprovou que a toxina Bt foi incorporada por insetos
que as transferiram, por sua vez, a seus predadores. A eliminação
destes insetos benéficos prejudica seu papel no equilíbrio natural
entre as espécies.
10- Os transgênicos
podem afetar a vida microbiana no solo. A toxina Bt (por exemplo)
pode ser incorporada ao solo junto com resíduos de culturas,
afetando invertebrados e/ou microorganismos que têm importante
função na reciclagem de nutrientes para uso das plantas. Também
o uso maciço de herbicidas nos campos cultivados com variedades
em que se introduziu resistência a estes agrotóxicos, como é
o caso da soja Roundup Ready, da empresa Monsanto, pode afetar
a capacidade de multiplicação no solo das bactérias que retiram
nitrogênio do ar e permitem a fertilização natural desta leguminosa.
11- Os impactos
dos transgênicos na natureza são irreversíveis. Alguns dos efeitos
negativos e dos riscos citados já ocorrem na agricultura convencional
mas, à diferença desta última, não é possível restabelecer equilíbrios
ambientais no caso dos transgênicos. Pode-se cessar o uso de
um agrotóxico, por exemplo, e restabelecer um equilíbrio entre
insetos-praga e seus predadores após um certo tempo. No caso
dos transgênicos, uma vez liberados na natureza não é possível
desfazer os impactos nos ecossistemas ou controlar os processos
de transgênese espontânea que porventura venham a ocorrer, porque
é impossível retirar da natureza os genes que foram artificialmente
introduzidos numa planta.
12- Os transgênicos
podem provocar queda na produção e/ou aumento de seus custos.
A mencionada possibilidade de destruição das bactérias fixadoras
de nitrogênio (BFN) pode representar ou a queda de produtividade
por deficiência de um nutriente essencial ao crescimento das
plantas ou o aumento dos custos de produção pela necessidade
do uso de fertilizantes químicos nitrogenados para substituir
o efeito destes microorganismos. É preciso lembrar que o uso
de BFN representou na cultura da soja brasileira uma economia
de 1,8 bilhão de dólares por ano em adubos químicos nitrogenados.
Por outro lado, apesar da propaganda da Monsanto dizer o contrário,
o uso de variedades transgênicas Roundup Ready vem apontando
para um aumento do emprego de herbicidas. A própria empresa
está solicitando aos organismos de controle sanitário vegetal
dos Estados Unidos e da União Européia um aumento de 200% nos
limites de tolerância dos resíduos de glifosato (o componente
químico do herbicida da Monsanto, usado na variedade transgênica
Roundup Ready) encontrados na soja colhida. Finalmente, o caso
citado da batata no sul dos Estados Unidos implicou uma catastrófica
queda de produção com prejuízos para os agricultores e aumento
de preços para os consumidores.
13- Ninguém quer
assumir a responsabilidade pelos riscos dos transgênicos. As
multinacionais afirmam que não há riscos, mas se recusam a assumir
a responsabilidade pelos eventuais efeitos negativos. Já as
companhias americanas de seguros
só aceitam assumir os riscos de curto prazo resultantes
da introdução de plantas geneticamente modificadas no meio ambiente,
mas avisam que não oferecerão cobertura de responsabilidade
por danos ambientais catastróficos de médio e longo prazo. Estas
empresas reconhecem a necessidade daquilo que as multinacionais
dos transgênicos preferem ignorar: uma ciência de avaliação
de riscos – uma ecologia preventiva.
14- Umas poucas
multinacionais podem monopolizar a produção de sementes para
a agricultura, tornando agricultores brasileiros e o Brasil
dependentes de seus interesses. Monsanto, Novartis, Pioneer
e Agrevo respondem pela grande maioria das sementes de variedades
transgênicas registradas no Brasil e estão entre as maiores
do mundo. Se estas variedades vierem a substituir as tradicionais
e as convencionalmente melhoradas estaremos subordinados aos
interesses destas empresas. A Monsanto já detém o controle de
70% da produção de sementes das variedades comerciais de milho
no Brasil e pode substituí-las por transgênicos a qualquer momento.
Há ainda o risco dessas empresas adotarem de forma generalizada
uma operação transgênica chamada Terminator. As variedades transgênicas
com as características Terminator produzem sementes estéreis,
impedindo que os agricultores produzam sementes próprias a partir
das compradas. Este controle permitirá que as empresas não apenas
ditem os preços que quiserem, mas ainda controlem a produção
nacional em função de seus interesses econômicos internacionais,
ignorando o interesse público.
15- As variedades
transgênicas não são mais produtivas do que as convencionais
ou muitas das tradicionais. Pesquisas de universidades americanas
indicam que não há ganhos de produtividade no uso de soja Roundup
Ready em comparação com as convencionais. Já as experiências
da Rede Sementes, criada no Brasil pela iniciativa das ONGs
da Rede PTA de agricultura alternativa, para recuperação e melhoramento
de variedades tradicionais dos agricultores familiares, mostram
que estas podem ser competitivas com os índices de produtividade
de milhos híbridos e melhorados convencionalmente e, portanto,
com as dos transgênicos.
16- Os transgênicos
podem aumentar o desemprego e a exclusão social no Brasil. Tal
como já vem acontecendo com a substituição das variedades tradicionais
por híbridos e variedades melhoradas que exigem um maior volume
de insumos industriais para alcançarem sua produtividade potencial,
a entrada dos transgênicos tornará ainda mais vulnerável a já
combalida agricultura familiar brasileira, pois esta não tem
condições para acompanhar o custo deste tipo de produção. Pelo
menos 3,5 milhões de famílias estão ameaçadas de perder sua
condição de produtores e de se tornarem desempregados urbanos,
ou sem terra, ampliando a pobreza e a exclusão social no país.
17- Os transgênicos
representam um risco para a segurança alimentar dos brasileiros.
Tanto os riscos para a saúde, quanto aqueles que afetam a produção
ou o custo dos alimentos e as ameaças aos agricultores familiares,
sem falar na dependência aos interesses das empresas produtoras
de transgênicos, têm incidência na segurança alimentar dos brasileiros.
Entre outros fatores, podemos imaginar um cenário em que o uso
dos transgênicos provoque desequilíbrios ambientais graves com
conseqüentes quedas de produção de alimentos, de dependência
de importações, de aumento de custos ao consumidor etc.
18- Não existem
conhecimentos científicos sobre os impactos do uso de transgênicos
tanto no meio ambiente, quanto na saúde humana para a realidade
brasileira. Os estudos de impactos potenciais realizados pelas
empresas multinacionais nos ambientes de seus países de origem
estão sendo contestados por inúmeros cientistas. A Associação
Médica Britânica, por exemplo, pediu uma moratória por tempo
indeterminado do plantio comercial de plantas alimentícias transgênicas,
enquanto a Comissão Européia anunciou a suspensão do licenciamento
de plantas geneticamente modificadas. No Brasil não existem
sequer critérios de avaliação nem procedimentos científicos
para testá-las em nossa realidade. Numa flagrante violação da
Constituição, o decreto que criou a Comissão Técnica Nacional
de Biossegurança (CTNBio) prevê a dispensa da realização do
estudo prévio de impacto ambiental para a liberação dos transgênicos.
A CTNBio vem autorizando testes de campo aqui no Brasil, com
base nos estudos feitos pelas próprias empresas multinacionais
em seus países de origem.
19- Existem outras
alternativas mais eficientes que os transgênicos e sem os riscos
que estes implicam. Além de afirmarem que os transgênicos são
inócuos para a saúde e para o meio ambiente, as multinacionais
propalam que estes produtos são a única saída para alimentar
o mundo no futuro. Esta afirmação é totalmente desprovida de
fundamento. Pesquisas realizadas por Centros Internacionais
de Pesquisa Agrícola, por universidades do Primeiro Mundo e
por ONGs do Norte como do Sul, reunidas em seminário na sede
da Fundação Rockfeller, na Itália em abril de 1999, constataram
que um outro padrão tecnológico de desenvolvimento agrícola,
conhecido como agroecologia, tem obtido resultados surpreendentes.
Aumentos de produtividade da ordem de 100 a 300% vêm sendo registrados
em várias culturas, com custos mais baixos do que os dos sistemas
convencionais ou transgênicos e sem o uso de agrotóxicos ou
fertilizantes químicos ou sementes híbridas ou transgênicas.
No Brasil, pesquisas da Embrapa, de empresas estaduais de pesquisa
e de ONGs apontam para resultados promissores nas condições
adversas em que trabalham os agricultores familiares. A agroecologia
não só oferece produtos mais saudáveis e nutritivos, mas também
não polui o meio ambiente, preservando os recursos naturais
e sendo claramente mais sustentável do que os sistemas convencionais
ou transgênicos.
Por um Brasil
livre de transgênicos.
Por todas as
razões apresentadas não há outra posição responsável senão a
de dizer não aos transgênicos e lutar por uma moratória por
tempo indeterminado de seu cultivo e comercialização.
Contra o rolo
compressor das empresas e a posição subserviente do governo
brasileiro devemos exigir um amplo debate na sociedade para
que a opinião pública, devidamente informada, possa se manifestar
a respeito.
Use este manifesto
para discutir o assunto nas entidades das quais você participa
e divulgue-o o mais amplamente possível, pois somos todos afetados
por esta ameaça.
Escreva a Deputados
Federais e Senadores, bem como ao Presidente da República, apoiando
o projeto de lei da Senadora Marina Silva (PT— Acre), que estabelece
uma moratória imediata do cultivo de organismos geneticamente
modificados no Brasil.
Escreva aos Ministros
da Ciência e Tecnologia, Saúde, Meio Ambiente e Agricultura,
bem como ao Presidente da República, exigindo que as pesquisas
sobre transgênicos sejam realizadas com absoluta segurança e
com total isolamento dos campos experimentais para evitar a
poluição genética.
Escreva ao Ministro
da Saúde e exija a elaboração de normas adequadas sobre segurança
para a saúde e a avaliação rigorosa dos riscos.
Escreva para
o Ministro da Justiça exigindo a rotulagem plena desses produtos
como condição prévia a qualquer liberação.
Exija de todos
os fornecedores dos alimentos que você consome que informem
se estes contêm ou não transgênicos. Os fornecedores podem não
saber nada a respeito, mas passarão a se preocupar com o que
oferecem. Não compre produtos importados dos Estados Unidos,
do Canadá ou da Argentina à base de soja, milho ou batata, pois
é quase certo que sejam transgênicos.
ACTIONAID BRASIL
ÁGORA
AS-PTA/REDE PTA-SE
CE-IPÊ/REDE TA-SUL
ESPLAR/REDE PTA-NE
FASE
FÓRUM BRASILEIRO
DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL
GREENPEACE BRASIL
IBASE
IDEC
INESC
SINPAF
Endereços:
Ministro da Agricultura
— Esplanada dos Ministérios, bloco D, 8º. andar, Brasília, DF,
CEP 70043-900 — fax (61) 225-9046 / 226-9365 — e-mail: cenagri@agricultura.gov.br
Ministro da Ciência
e Tecnologia — Esplanada dos Ministérios, bloco E, Brasília,
DF, CEP 70067-900 — fax (61) 225-7496 — e-mail: webmaster@mct.gov.br
Ministro da Justiça
— Esplanada dos Ministérios, bloco T, Brasília, DF, CEP: 70064-900
— fax (61) 224-0954 — e-mail: webmaster@mj.gov.br
Ministro da Saúde
— Esplanada dos Ministérios, bloco G, 5º andar, Brasília, DF,
CEP 70058-900 — fax (61) 225-9632 / 224-8747 — e-mail: info@saude.gov.br
Ministro do Meio
Ambiente — Esplanada dos Ministérios, bloco B, 5º andar, Brasília,
DF, CEP 70068-900 — fax (61) 322-7819 / 322-8239 — e-mail: webmaster@mma.gov.br
Presidente da
República — Praça dos Três Poderes, Palácio do Planalto, 4º.
andar, Brasília, DF, CEP 70150-900 — fax: (61) 321-5804 — e-mail:
pr.@planalto.br
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Brasil Livre de Transgênicos
Coordenação:
ACTIONAID BRASIL
e-mail: aaidbr@ibm.net
ÁGORA — Segurança
Alimentar e Cidadania
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AS-PTA — Assessoria
e Serviços a Projetos em Agricultura Alternativa, representando
o Fórum Sudeste da Rede PTA
e-mail: aspta@ax.apc.org
CENTRO ECOLÓGICO
DO IPÊ, representando o Fórum Sul da Rede TA
e-mail: centro.ecologico@torres.com.br
ESPLAR — Centro
de Pesquisa e Assessoria, representando
o Fórum Nordeste
da Rede PTA
e-mail: esplarcp@br.homeshopping.com.br
FASE — Federação
de Órgãos para Assistência Social e Educacional
e-mail: fase@ax-apc.org
FÓRUM BRASILEIRO
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e-mail: agora@tba.com.br
GREENPEACE —
Associação Civil Greenpeace
e-mail: gbrazil@dialb.greenpeace.org
IBASE — Instituto
Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas
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Brasileiro de Defesa do Consumidor
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INESC — Instituto
de Estudos Socioeconômicos
e-mail: inesc@tba.com.br
SINPAF — Sindicato
Nacional dos Trabalhadores de Instituições de Pesquisa e Desenvolvimento
Agropecuário
e-mail: sinpaf@sinpaf.com.br
Campanha Brasil Livre de Transgênicos
Outras Entidades
da Rede PTA que também apoiam este documento
AACC — Associação de Apoio às Comunidades
do Campo — RN
APACO — Associação dos Pequenos
Agricultores do Oeste Catarinense — SC
APTA — Associação de Programas
em Tecnologias Alternativas — ES
ASSESOAR — Associação de Estudos,
Orientação e Assistência Rural — PR
CAA-NM — Centro de Agricultura
Alternativa do Norte de Minas — MG
CAATINGA — Centro de Assessoria
e Apoio aos Trabalhadores e Instituições
Não Governamentais Alternativas
— PE
CAPA III — Centro de Apoio ao Pequeno
Agricultor — RS
CAPA IV — Centro de Apoio ao Pequeno
Agricultor — RS
CAT — Centro de Assistência Técnica
— MG
CEPAGRI — Centro de Assessoria
e Apoio aos Trabalhadores Rurais — SC
CETAP — Centro de Tecnologias Alternativas
Populares — RS
CTA-ZM — Centro de Tecnologias
Alternativas da Zona da Mata — MG
FUNDEP - DER — Fundação de Desenvolvimento
Educação e Pesquisa
da Região Celeiro — RS
IAF — Instituto Agroflorestal Bernardo
Hakvoort — PR
PATAC — Programa de Aplicação de
Tecnologias Adaptadas às Comunidades — PB
PROTER — Programa da Terra: Assessoria,
Pesquisa, Educação Popular
no Meio Rural — SP
REDE — Rede de Intercâmbio de Tecnologias
Alternativas — MG
RURECO — Fundação para o Desenvolvimento
Econômico Rural
da Região Centro-Oeste do Paraná
— PR
SABIÁ — Centro de Desenvolvimento
Agroecológico Sabiá — PE
SASOP – Serviços de Assessoria
a Organizações Populares Rurais — BA
TERRA VIVA — Centro de Desenvolvimento
Agroecológico — BA
TIJUPÁ — Associação Agroecológica
Tijupá — MA
VIANEI — Centro Vianei de Educação
Popular — SC
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