Comitê
Estadual pela Verdade, Memória e
Justiça RN
Centro de Direitos
Humanos e Memória Popular CDHMP
Rua Vigário Bartolomeu, 635 Salas
606 e 607 Centro
CEP 59.025-904 Natal RN
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de Verdade Estados | Comitê
da Verdade RN
Página
Inicial | Anatália
de Souza Alves de Melo | Djalma
Maranhão | Édson Neves
Quaresma | Emmanuel
Bezerra dos Santos | Gerardo
Magela Fernandes Torres da Costa | Hiran de
Lima Pereira | José Silton
Pinheiro | Lígia Maria
Salgado Nóbrega | Luís Ignácio
Maranhão Filho | Luís
Pinheiro | Virgílio
Gomes da Silva | Zoé Lucas
de Brito
Socorro
negado
Luiz
Gonzaga dos Santos
(18/6/1919
– 13/9/1967)
Luiz
Gonzaga era vice-prefeito de Natal quando
ocorreu o Golpe Militar de 1964, ocasião
em que era prefeito Luiz Ignácio Maranhão
Filho (dirigente do PCB desaparecido em
1974 e incluído no anexo da Lei 9.140/95).
Luiz
Gonzaga nasceu em Natal e era filho de Napoleão Clementino dos
Santos e Maria Domingos dos Santos. Casou-se com Maria de Lourdes em
1947. Foi preso no dia 2 de abril em seu gabinete de trabalho. No
mesmo dia, sua casa foi revistada. Maria de Lourdes e seus filhos,
Maria Jurema e Eduardo Silvino, passaram a conviver com prisões,
perseguição, tensão, angústia, tristeza, insônia e falta de
dinheiro. Além de cassado por Ato Institucional, o pagamento dos
seus vencimentos no IAPAS foi suspenso. Ficou preso por sete meses
em quartel. Visitas só uma vez por semana. Quando voltou, sua casa
estava alugada e era a única renda da família.
Mudou-se
com a família para Niterói, onde passou a viver como comerciante.
Em 16 de junho de 1967 foi condenado à revelia pela auditoria da 7ª
Região Militar no Recife a 15 anos de prisão.
No
dia 1º de agosto de 1967 foi preso em Niterói e conduzido ao
quartel do Exército no bairro de Neves. Certo dia, Maria de Lourdes
foi visitá-lo e recebeu a informação de que o marido fora
conduzido ao Recife, “para ser indultado”. Dois dias depois foi
informada de que ele estava morto e já fora enterrado, no Cemitério
de Santo Amaro, no Recife.
Ele
tinha 48 anos. O Atestado de Óbito, assinado por Elói Faria
Telles, dá como causa da morte “edemia aguda do pulmão e
insuficiência cardíaca” e, como local do óbito o Hospital Geral
do Exército, na capital de Pernambuco. Data da morte: 13 de
setembro de 1967.
O
relator Paulo Gonet Branco, apoiando-se em documentos, registra que
Luiz Gonzaga dos Santos tinha histórico de cardíaco e que um
boletim do Hospital Geral do Exército deixa claro que, quando foi
internado, tinha apresentado há três dias vômitos e falta de ar.
Houve, portanto, retardo na prestação de auxílio ao preso, o que
“atrai a responsabilidade civil do Estado”. Seu voto pelo
deferimento foi acompanhado por todos os integrantes da Comissão
Especial (7 x 0) em 10 de abril de 1997.
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