
CAMPANHA
NACIONAL PERMANENTE
CONTRA A TORTURA
POSICIONAMENTO
POLÍTICO DO MNDH
O
Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH)
historicamente vem se constituindo numa das principais
organizações da sociedade civil, atuando em rede, em
todo o Brasil, no encaminhamento da luta pelos
direitos humanos. Pautando-se pelo principio da
autonomia e da independência política, entende que
sua atuação na sociedade brasileira deverá se dar
articulando diversas estratégias de ação, conforme
definiu bem, a partir da Xl Assembléia Nacional, o
Conselho Nacional no Projeto Institucional e
Planejamento Estratégico do MNDH.
O
MNDH acredita que, para promover os direitos humanos
no Brasil, é necessário avançar na organização da
sociedade civil, como pilar forte de sustentação da
luta pela garantia da dignidade humana, e incidir
concomitantemente, de forma significativa, para que
sejam efetivadas políticas públicas pautadas pelos
direitos humanos. Neste sentido, entende que a
articulação da participação na luta direta da
sociedade organizada e a interlocução com os agentes
públicos no sentido de efetivar ações de abrangência
e impacto são aspectos fundamentais para que avance a
luta pelos direitos humanos.
Preocupado
em sensibilizar a sociedade brasileira para dar passos
significativos na construção de uma Política
Nacional de Segurança Pública pautada pelos Direitos
Humanos, o MNDH vem desenvolvendo diversas ações
que, articuladas, geram o somatório de acúmulos que
justificam a necessidade de realizar uma Campanha
Nacional Permanente Contra a Tortura. A campanha tem
uma estratégia com três aspectos articulados: político,
formativo e operacional. Pretende mobilizar a
sociedade civil e os órgãos públicos para que
efetivamente a Tortura seja enfrentada como um crime e
deixe de ser prática recorrente e sistemática em
nosso país.
O
MNDH entende que, em hipótese alguma, a Campanha vem
para resolver o problema da tortura. Ela vem para
sensibilizar a sociedade e para comprometer as
autoridades, constitucionalmente investidas da tarefa
de erradicar a tortura, como determina a lei. Por
isso, o envolvimento dos diversos atores sociais
interessados e os agentes públicos responsáveis pela
sua erradicação é requisito fundamental para o êxito
da Campanha e dos objetivos mais amplos que esta
almeja alcançar.
De
modo especial, o MNDH entende que a Campanha é um bom
momento para mobilizar a sociedade em vista de
implementar, sistematizar e socializar propostas
criativas no sentido de construir uma Política
Nacional de Justiça e Segurança Publica pautada
pelos Direitos Humanos. Reconhece que existem inúmeras
propostas, patrocinadas por diversos atores sociais.
No entanto, é preciso dar passos significativos no
sentido de enfrentar de maneira sistemática e
qualificada a questão. É preciso que a Segurança Pública
esteja na mão de quem efetivamente ela deve estar, a
sociedade, como demandante e beneficiária de uma política
pública que promova a dignidade humana. Além disso,
é preciso comprometer de forma substantiva os agentes
públicos, a fim de tornar a questão uma prioridade
efetiva e que merece ações articuladas e globais.
Por
tudo isso, o MNDH aposta na Campanha e no envolvimento
de todos os agentes sociais
que
historicamente estão comprometidos com a luta pelos
direitos humanos em geral e com o
enfrentamento
da tortura, uma das chagas do autoritarismo reinante
em nossa sociedade. A
participação
e o envolvimento de todos os que acreditam que a
dignidade humana se respeita e
se
faz com ações concretas é o desafio colocado.
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